Quebrando o silêncio com a arte. É desta forma que o artista plástico Eduardo Srur abriu no dia 19/9 (sexta-feira), o Dia Mundial pela Limpeza da Água, com a exposição "Às Margens do Rio Pinheiros". As obras estarão visíveis às margens do rio até 25 de outubro, e a visitação é feita pela ciclovia e linha Esmeralda da CPTM, que percorrem a margem direita do Rio Pinheiros. A iniciativa é da Associação Águas Claras do Rio Pinheiros, com patrocínio da AES Eletropaulo e FEMSA, e tem como objetivo conscientizar a sociedade para a importância da recuperação deste rio e de cada um de seus afluentes.
São três intervenções artísticas: o Trampolim, com manequins realistas contemplam as paisagens nas arquiteturas de passagem nas pontes Morumbi, Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo, Eusébio Matoso e Cidade Universitária; o Portal – duas enormes esculturas e alegorias usadas em desfiles de escola de samba da cidade, colocadas na foz dos córregos Uberaba e Jaguaré e por último, a Hora da Onça Beber Água, uma alusão a um dos principais símbolos da fauna brasileira, em risco de extinção, representados por infláveis gigantes colocados nas margens do rio. A amostra traz atividades culturais e educativas, como expedições, coordenadas pela Associação Águas Claras do Rio Pinheiros com os alunos das escolas públicas da região.
Com a exposição, o artista, reconhecido mundialmente por suas criativas e bem-humoradas intervenções urbanas com chamadas para o cuidado com a natureza, espera provocar o olhar do público para este espaço invisível mesmo com milhares de pessoas cruzando suas águas e sentindo o mau cheiro. “A arte tem a capacidade de reativar a consciência coletiva e aproximar as pessoas para uma nova realidade. A ciclovia foi o primeiro passo para esta aproximação", disse Srur.
A crise hídrica por que passa grande parte do país, mostra claramente que tratar as águas, mantê-las com boa qualidade, é uma condição necessária para a sobrevivência das nossas cidades e que cada um de nós pode, sim, contribuir para a despoluição dos rios. Esta é a opinião da diretora executiva da Associação, Stela Goldenstein. Para ela, um dos maiores problemas é o grande número de casas e estabelecimentos comerciais que não estão conectados à rede da Sabesp, concessionária de serviços de saneamento básico de São Paulo. O segundo problema deve-se à ocupação desordenada de áreas que deveriam ser mantidas verdes. “A Águas Claras vem discutindo alternativas tecnológicas, identificando as oportunidades de intervenção dos governos e as dificuldades para a sua implementação", conta Stela.
O projeto Às Margens do Rio Pinheiros terá um crowdfunding (financiamento coletivo) cultural no site Partio, para que a exposição cresça em mais locais do Rio Pinheiros. O artista disponibilizará parte do seu acervo pessoal como recompensa para aqueles que apoiarem a iniciativa. Para participar basta acessar partio.com.br/projeto/asas-margens-dorio-pinheiros. A iniciativa tem ainda o apoio do Proac - Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e é uma realização da Attack Intervenções Urbanas. O apoio cultural é da Leo Madeiras, EMAE, CPTM, Centro Pró-Memória Hans Nobiling, Escola de Samba Rosas de Ouro e Enovasolar, que instalará uma estação de energia fotovoltaica na exposição.
Serviço:
Exposição Às Margens do Rio Pinheiros
Data: de 19 de setembro a 25 de outubro
Locais: Pontes, córregos e margens do Rio Pinheiros, em São Paulo.
Fonte: Rosana Telles - Jornalista