Noventa por cento das borboletas Monarca morreram nos últimos 20
anos nos Estados Unidos e seu declínio é tão acelerado que uma
coalizão de grupos de saúde e meio ambiente solicitou no dia 26/8 (terça-feira) que sejam incluídas na lista de espécies
protegidas.
A causa do rápido desaparecimento dos insetos é a
destruição das asclépias, plantas da qual se alimentam e onde se
criam, devido, em grande parte, a herbicidas como o Roundup, usado
em cultivos de milho e soja transgênicos da Monsanto no meio-oeste
americano, explicaram os grupos em uma petição enviada ao Serviço de
Vida Selvagem e Pesca dos Estados Unidos.
Outros fatores que
explicariam a abrupta diminuição da população destas borboletas de
cor preta e alaranjada são os parasitas, as mudanças climáticas e a
perda de seu hábitat natural.
"As Monarcas estão
desaparecendo rapidamente, o que pode levar à sua extinção. E as
ameaças que enfrentam são tão grandes que a lei de proteção deve ser
aplicada o mais rápido possível, pois ainda há tempo de reverter seu
declínio", disse Lincoln Brower, especialista em borboletas Monarca,
as quais estuda desde 1954.
As borboletas Monarca são
encontradas em todos os Estados Unidos, assim como em algumas partes
do Canadá e do México. A petição indica que, nas últimas duas
décadas, elas perderam mais de 66 milhões de hectares de habitat -
área do tamanho do Texas - e isto inclui quase um terço de sua zona
de reprodução.
"Incluí-las na lista (de espécies ameaçadas)
tornará ilegal matar borboletas Monarca intencionalmente ou
modificar seu habitat sem permissão", anunciou em comunicado o
Centro para a Diversidade Biológica e o Centro para a Segurança
Alimentar.
"Também levará a uma designação e proteção do
'habitat crítico' para ajudar na recuperação abundante das
populações de Monarca", acrescentou.
Desconhece-se o número
exato de borboletas Monarca e suas populações flutuam ano após ano,
explicou o grupo.
"Alguns testemunhos sugerem que as Monarcas
eram muito abundantes no século XIX. Um observador das migrações de
Monarcas no Vale do Mississippi, na década de 1850, relatou ter
havido tantas Monarcas que elas formavam uma nuvem que escurecia o
céu", destacou o comunicado.
"Uma testemunha na Califórnia
relatou três galhos que se quebraram devido ao peso de tantas
Monarcas juntas", acrescentou.
Diferentes estudos feitos nas
últimas duas décadas sugerem "um abrupto e estatisticamente
significativo declínio de quase 90%" da população dos insetos,
destacou.
O próximo passo é que o Serviço de Vida Selvagem e
Pesca emita uma "investigação de 90 dias" sobre a petição para ver
se há informação suficiente que justifique a proteção destas
borboletas. Se isso acontecer, seria feita uma revisão adicional de
um ano para analisar a situação.
Fonte: UOL / AFP (Em Washington).